quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Medidas a curto prazo

Esta noticia cria-me uma dúvida existencial: se o Estado não tem dinheiro para sustentar esses 50000 a 100000(*) funcionários então o cortar os subsídios apenas resolve a questão a curto prazo pois a questão desse excesso permanece... Não seria mais lógico efectuar os despedimentos (procurando eliminar as "gorduras" (**)), mesmo que no curto prazo (no próximo ano) o défice aumente, para posteriormente a despesa estabilizar num patamar mais sustentável?

(*)- Não há como não gostar da precisão dos nossos políticos ao informarem a população.

(**)- Na minha opinião tal passa pela eliminação de órgãos com competências duplicadas, banir a acumulação de remunerações dentro do Estado, etc... Tal não inviabilizando um ataque a certas práticas duvidosas ou éticamente condenáveis que euro a euro vão delapidando o Estado.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Novas eleições

Já não escrevia à algum tempo, em parte por preguiça em parte por estar demasiado ocupado, mas acho que é altura de voltar ao serviço. Pelo menos não me sinto tão apático quanto ao que se está a passar
Quando leio as notícias no Público online gosto sempre de complementar a leitura com os comentários que os outros leitores colocam. Serve, esta abordagem, como uma forma de saber o que a população pensa (talvez um termo muito forte para alguns dos textos lá colocados). Por vezes encontram-se lá algumas palavras sábias.
Há algum tempo atrás um dos nossos governantes veio dizer que o julgamento dos políticos é feito nas urnas, afirmação algo sui generis pois surge em resposta à questão de penalizar judicialmente a gestão danosa (isto se não me falha a memória). Num dos comentários colocados no Público, o autor dizia relativamente às medidades do OE2012 que era "uma das medidas que o Primeiro Ministro disse que nunca tomaria. Se quer executar outro programa, demita-se e concorra com este programa a novas eleições". Estas palavras são sábias, pois a verdade é que o actual governo quebrou grande parte das promessas eleitorais, que são (ou deviam ser) a base do contrato estabelecido entre governantes e governados. Os eleitores ao irem às urnas devem fazê-lo em consciência, sabendo que o voto no partido X tem como implicações Y medidas. Tal implica que as propostas de programa de governo devem ser claras e realistas, e que o partidarismo não pode (ou deve) ser a base única para a decisão. No entanto tal implicaria quebrar com o folclore tradicional das acusações e insultos, dos debates incipientes, dos grandes discursos demagógicos...Dá mais trabalho? Sem dúvida que sim, quer para os políticos quer para os eleitores. No entanto também trás uma certeza, que ninguém se pode queixar à posteriori que não sabia em que se estava a meter.
O nosso Pais está numa situação dramática quer socialmente, quer economicamente. Mas só a morte é uma condição sem solução à vista. Objectivamente precisa de soluções credíveis, com o apoio da população, porque só com o apoio da sociedade é que um governo consegue alcançar os objectivos pretendidos. Tal implica clareza, honestidade e frontalidade por parte dos governantes e trabalho para a população se informar sobre as medidas propostas ou implementadas, compreendendo que para resolver a situação, tal como está, vai sempre doer.