quarta-feira, 26 de maio de 2010

Ervas aromáticas em casa

Volto à carga no que diz respeito à criação de um jardim de ervas aromáticas. A experiência do ano passado não correu mal (além do cheirinho muito agradável na varanda, poupei um dinheirão em ervas aromáticas) por isso resolvi repetir a dose, desta vez com mais protagonistas: Salsa, Manjericão, Hortelã e Cebolinho, tal como podem ver na foto em baixo:


Nada mau, hein?

sábado, 22 de maio de 2010

Bom resumo da questão dos salários

Ultimamente tem sido avançada pelos jornais a possibilidade da diminuição dos salários, e essa notícia tem sido mal interpretada por leitores e jornalistas.

Tentarei desmistificar alguns mitos e medos, e explicar aqui que se passa, da forma mais simples que conseguir.

O Prof. Dr. Paul Krugman avançou com a necessidade dos países periféricos terem de baixar os salários em relação aos salários alemães.


Notícias: http://economico.sapo.pt/noticias/krugman-salarios-em-portugal-tem-de-cair-ate-30_89918.html


Original: http://krugman.blogs.nytimes.com/2010/05/17/et-tu-wolfgang/ [Inglês]

O problema:

Nos últimos anos os custos de produção subiram mais rápido do que a produtividade.


Em contexto:

Imaginemos uma comum fábrica de sapatos. Aqui o custo de produzir os sapatos está algo como 20% a 30% acima da média na Alemanha. Apesar de os salários aqui serem mais baixos que na Alemanha, as máquinas, formação das pessoas, infraestruturas [estradas, caminhos de ferro, portos], impostos, entre outros, compensam a diferença salarial, tornando mais barato produzir na Alemanha que aqui.


Solução:

A solução mais rápida e eficaz é desvalorizar a moeda, assim o escudo se desvalorizaria 20% a 30% e a competitividade estava recuperada. No entanto já não temos o escudo, então vamos para a 2º melhor... Os salários.
Considera-se uma alteração nos salários como 2º melhor medida porque é a mais rápida, no entanto para que seja eficaz será preciso fazer alterações mais profundas, como melhorar as infraestruturas do país, apoiar as empresas no investimento e formação de pessoal, reformar o sistema jurídico, etc...


Implementação:

A melhor forma de implementar esta medida é de uma forma gradual, isto é, nos próximos anos o nosso Salário Real crescerá mais devagar que na Alemanha.


Exemplo:

Trabalhador Português e Alemão ganham 500€ e 1500€ respectivamente, e ambos os países têm uma inflação de 3%.
Se o nosso salário aumentar 1% por ano e o salário Alemão aumentar 4% por ano em pouco mais de 7 anos voltaríamos ao equilibro competitivo, o trabalhador português ganhará cerca de 536€ e o Alemão cerca de 1.900€.


Se nada fizermos:

A verdade é que não se sabe com certeza, mas os modelos económicos e situação semelhante com outros países mostram que se não voltarmos a ser competitivos desemprego elevado, falta de liquidez e dificuldade de acesso ao crédito serão o grande problema da próxima geração.


Por outras palavras:

Neste momento estamos a ganhar mais que aqui que a economia permite. É verdade que ganhamos pouco, mas a economia produz ainda menos.
Não é preciso uma licenciatura para saber que a única forma de gastar mais que aquilo que se ganha é pedir dinheiro emprestado [ou gastar as poupanças].  Isso funciona enquanto conseguir crédito, quando acaba é que começam os problemas.


Como chegamos aqui:

Esta é fácil, nos últimos anos os nossos salários aumentaram demasiado, agora têm de corrigir.
Porque aumentaram tanto? Ao contrário do que muitos acham, normalmente os políticos são bem intencionados e como tal tentaram melhorar a nossa qualidade de vida através dos salários, mas infelizmente isso só funciona para o curto termo, no longo termo é uma bomba para rebentar.


Mitos


Os salários vão baixar.

Os salários continuarão a aumentar, mas será a um nível mais baixo que a inflação.


Porque não aumentar os salários?

Ao contrário do que parece aumentar os salários não ajudará a economia. A lógica "aumenta-se os salários => maior poder de compra => mais vendas => mais dinheiro => melhor economia"  esquece alguns factores importantes:
A industria tem de crescer antes da procura interna, isto é, se a procura aumenta 20% em 1 ano, a oferta não consegue acompanhar porque aumentar a produção requer investimentos que demoram tempo [construir fábricas, formar pessoal, desenvolver tecnologia, etc. demora tempo]

Ex. O dono do café de repente vê seus clientes aumentarem em 30%, o café fica a transbordar. Ele não conseguirá abrir um segundo café [tão cedo] para dar conta do recado, a solução será aumentar os preços.
Importação, de forma simples, se temos mais dinheiro compramos mais produtos importados, esse dinheiro vai para fora e o seu efeito na nossa economia é residual.
Ex. Na compra de um telemóvel, 20% fica na loja de uma marca estrangeira, 20% para o estado, 15% para o distribuidor nacional o resto ao fabricante estrangeiro. Cerca de 50% do custo do telemóvel foi para fora. [5% da loja estrangeira e o resto do fabricante]
Tendência para gastar, nem todo o dinheiro ganho é consumido, logo o seu efeito é reduzido.
Ex. Se temos a tendência de consumir 70% dos nossos salários, se os ordenados aumentarem 100 milhões a economia só receberá 70 milhões [O modelo económico é mais complexo, mas o essencial está aqui]


O salário mínimo irá diminuir


O que tem de diminuir é o salário médio, ou seja, o salário de todos... É possível diminuir o salário médio sem diminuir o salário mínimo.


Corta-se os salários dos gestores


Apesar de parecer haver alguma medida de justiça social aqui, a prática não funciona tão bem. Os salários também dependem do poder de alavancagem, isto é, quem precisa mais de quem.
Ex. corta-se em 50% o salário de um gestor de topo de uma empresa [publica ou privada], ele terá muito mais facilidade em encontrar um outro emprego em que receba o mesmo ordenado antigo, que um trabalhador que ganhe 500€.
Ainda assim, em termos de proporção, mesmo que fosse cortado para 500€ o salário de todos os gestores portugueses, ainda não seria suficiente. Simplesmente não temos assim tantos gestores a ganhar salários exorbitantes quanto seria de esperar...


Só irá piorar a situação

O raciocínio em que, diminuindo-se os salários, diminui-se a capacidade de pagar os créditos, a procura interna, etc. é verdade. Mas se esquece da proporção e dos efeitos benéficos da diminuição dos salários [sim, existem para os trabalhadores].
De uma forma simples, com os salários mais baixos, o desemprego deverá diminuir mais rapidamente, [emprego precário, verdade, mas economicamente é preferível um trabalhador precário a um desempregado]. Também é preciso ter em conta que da mesma forma que muitos trabalhadores entrarão em incumprimento, muitas empresas e trabalhadores recentemente contratados conseguirão evitar o incumprimento graças a medida.


Entraves:


Nem tudo é tão simples como seria de esperar. No exemplo acima, a inflação era de 3%, a verdade é  que já não vemos na zona euro uma inflação de 3% há muito tempo... A previsão é de uma inflação muito abaixo dos 3% nos próximos anos, e no nosso exemplo já demoramos mais de 7 anos para entrar em equilíbrio novamente.
Também os trabalhadores alemães já não vêm um aumento real dos salários há muito tempo.


Resumindo:


Ao contrário do que parece a escolha não é entre diminuir os salários ou não diminuir. A escolha é sim, entre diminuir os salários agora ou mais tarde. Se o fizermos agora, então fizemos por escolha, se fizermos mais tarde, é porque não tivemos alternativa. E como bola de neve, os efeitos serão muito piores para a próxima geração do que aquele que nós iremos sofrer.

Eu não estou a tentar defender uma visão política ou um interesse qualquer, estou apenas a tentar explicar aquilo que está a acontecer da forma mais simples e objectiva que consegui.





Retirado daqui.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Cafés e esplanadas de que gosto, em Lisboa (II)

Continuando perto de casa, deixo aqui mais um local de que gosto. Não é propriamente um café, embora se possa beber por lá uma bica.

  • Bar Arcaz Velho, na Calçada do Forte em Alfama


É bastante cozy, tem bom aspecto e o pessoal é mesmo muito simpático. Bom para ir à noite beber um copo em ambiente de Bairro Alto, mas sem a confusão.

Que mauzinhos...

Capa do Jornal de Notícias de hoje:

domingo, 16 de maio de 2010

Até já, pessoal

(Fonte: A Bola)

sábado, 15 de maio de 2010

Nas colunas



Lindstrøm & Christabelle - Baby Can't Stop

quinta-feira, 13 de maio de 2010

No comments

Feira do Livro 2010

Pensava eu que este ano ia ser mais poupadinho na Feira do Livro... Mas afinal não consegui resistir (outra vez) a trazer uns quantos livros no saco:


  



Nas colunas



Mazgani - Thirst

Só falta devolver os sumbarinos

Vai tudo a eito. E não é só por cá, basta olhar para as medidas draconianas implementadas em Espanha por Zapatero. Infelizmente o país pôs-se a jeito, gastando o que tinha e o que não tinha. E o governo andou a fugir à realidade durante os dois ultimos anos. Agora o outro lado da moeda está à vista: passamos a ser governados pelos nossos credores. Que não me lembro de alguma vez terem sido eleitos pelos Portugueses...

Adenda: Parece que os mercados (ou seja os nossos credores) gostaram das medidas apresentadas.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Humildade

Irmãozinho, se há coisa que ainda vos falta perceber é que a vitória do FCP soube especialmente bem porque já ninguém tem pachorra para vos aturar. Andam a festejar o título desde o Natal, já "reservaram" o Marquês e os Aliados, e contavam festejar o título no Dragão (ninguém vos explicou que não se deve contar com o ovo no cu da galinha). Se por acaso conseguirem perder o caneco na última jornada, nem eu nem ninguém terá pena vossa. Não merecem simpatia,armando-se em artolas sem terem ganho nada a não ser a taça da liga. A liga Europa já cá cantava? Afinal bastou um banho de bola e de humildade.

Aos benfiquistas eu apenas digo isto: podem ser campeões, e se assim for os meus parabéns. Mas para se ser cagão, é preciso ter algo para mostrar. O FCP ganhou os últimos quatro campeonatos, e isso é o que lhe dá o direito de ser presunçoso. Vocês ainda têm muito que caminhar até poderem conquistar o mesmo direito. Não é Mourinho quem quer, é quem pode. Lembrem-se disso.

domingo, 2 de maio de 2010

Noite de decisões...

Já se previa que muita coisa poderia ficar decidida esta noite, e não ficámos defraudados: na próxima época Benfica e Braga representarão Portugal na Liga dos Campeões da UEFA.


Será uma lufada de ar fresco depois das prestações medianas este ano, das equipas portuguesas presentes na prova.

PS - Um Porto de raça e um Benfica que se deixou cair na armadilha... paciência, a festa fica adiada para a Luz :-)