domingo, 28 de junho de 2009

Praça do Comércio/Terreiro do Paço


Tive o prazer de assitir ontem à tarde a uma sessão pública acerca do projecto de reabilitação do Terreiro do Paço (ou Praça do Comércio, já que ninguém se entende acerca do nome que deveria ter), organizada pela Frente Tejo e com a presença do Arq. Bruno Soares, que notavelmente se tem sujeitado a ouvir as críticas (embora me parece que estas se prendam mais com a ausência de concurso público, e não tanto com as questões de estética) e teve em conta outras opiniões e sugestões aquando da reformulação do projecto. Isto num arquitecto é uma coisa rara (sobretudo porque os mais conhecidos tendem a pessoalizar toda e qualquer crítica e a comportar-se como prima-donnas, bastando para isso lembrar a Estação do Oriente do Calatrava), e só por isso já merece louvor. Estiveram presentes historiadores, arquitectos, economistas, e engenheiros e demais cidadãos comuns, que tornaram o debate de ideias bastante interessante (as 3h do evento passaram num instante).

Tenho a dizer que gosto bastante mais da nova versão (sem corredor central ligando o arco da rua Augusta ao Cais das Colunas e sem losango verde por baixo da estátua de D. José), e que me é indiferente se a placa lateral terá losangos lembrando cartas de marear, ou radiais lembrando o iluminismo centralista do tempo do Marquês de Pombal (como bem falou Rui Tavares, uma Praça séc. XVI ou séc. XVIII) ou mesmo... traços nenhuns. Em relação às árvores, também acho que não fazem lá falta nenhuma. O que gostei mesmo foi do consenso acerca da necessidade imperiosa de reduzir o tráfego automóvel nesta Praça, de forma a devolvê-la aos Lisboetas e a todos os que a visitem. Pelos vistos estamos todos de acordo, com excepção do ACP que pelo que me pude aperceber, nem sequer esteve presente na discussão para defender a sua providência cautelar... Acho a atitude do ACP simplesmente vergonhosa, uma simples tática terrorista de "toca e foge"... O Sr. Carlos Barbosa deve estar orgulhoso, com certeza.


PS - Mais cedo ou mais tarde, os ministérios terão de sair dali também (desde que não sejam substituídos por 4 ou 5 hotéis de charme/luxo. Equele espaço é nobre e deverá ser essencialmente público). É bom que se vão preparando... Aliás esta intervenção deveria ter também como objectivo a libertação imediata de boa parte dos pisos térreos. É que a Praça do Comércio não é apenas a placa central.

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