terça-feira, 21 de abril de 2009

Uma boa iniciativa

Exmo. Senhor Presidente da Câmara,
Dr. António Costa,
Exmo. Senhor Presidente do IGESPAR,
Dr. Elísio Summavielle

Serve o presente para apresentarmos o nosso protesto pela opção que, no âmbito do projecto de arquitectura para a designada Fase 1 da Conclusão da Ligação Pedonal do Pátio B ao Largo do Carmo e aos Terraços do Quartel da GNR no Carmo, foi encontrada pela equipa de projectistas e, subentende-se, consentida pela CML e pelo IGESPAR, para o Largo do Carmo na qual se prevê a instalação de um corrimão em "U", em chapa galvanizada, bordejando a zona fronteira ao pórtico principal da Igreja do Carmo. (anexo: fotomontagem da nossa autoria)

Consideramos tal opção inestética e imprópria de um MN como as ruínas do Convento do Carmo. Lembramos que várias abadias similares, em situação igual e com problemas idênticos no que toca a diferenças de cotas, têm sido resolvidos com soluções de bom gosto e respeito pela integridade dos locais e dos monumentos. A opção por um elemento espúrio como o corrimão, justificado por razões de segurança, não colhe. Aliás, o mesmo reconheceu o Arq. Álvaro Siza em público, o ano passado, aquando da sessão evocativa dos 20 anos no Centro Nacional de Cultura sobre a reconstrução do Chiado no pós-incêndio: «embora dissesse que em Veneza as crianças não costumam cair aos canais, que tambem não têm balaustradas» (sic).

Parece-nos, portanto, que não sendo a solução actualmente em vigor para o declive existente na zona defronte ao pórtico principal do Carmo, a ideal, ela parece-nos bem melhor do que aquela que a CML se prepara para aprovar.

Em relação ao restante projecto de arquitectura, estranhamos:

1. Que se tenha abandonado o a ideia original de construção de acessos pedonais mecânicos desde o pátio interior da Rua Garrett até ao passadiço do Carmo (projecto com o qual sempre concordámos), sendo agora apenas rampas, de previsível impacto visual.
2. Que a chamada Fase 2, que constituía a demolição dos anexos do Quartel do Carmo para usufruto da população, enquanto "esplanadas" - que foi considerada, aliás, como motivo para invocar a suspensão do PDM na Baixa, por ser um "projecto estruturante"- tenha desaparecido do projecto de arquitectura, e que se ignore por completo as razões pelas quais o projecto deixou, ao que parece, de ser estruturante.
3. Que a CML, o IGESPAR e a equipa projectista tenham ignorado o parecer da Direcção da Associação dos Arqueólogos Portugueses sobre o projecto (a que tivemos acesso e que junto enviamos), uma vez que cabe a esta última a responsabilidade da tutela do Museu do Carmo.
Desejamos que a CML, o IGESPAR e a equipa de projectistas tenham o bom senso, e o bom gosto, de acolher as críticas construtivas.

Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Júlio Amorim e Virgílio Marques



(Cidadania Lx)

1 comentário:

Antonio Rocha disse...

Ao longo para post não??