quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Ainda o Salário Mínimo Nacional

Muito se tem discutido na blogosfera, no que diz respeito ao SMN (com Prémios Nobel à mistura, para todos os gostos e feitios). À direita, o argumento principal baseia-se no aumento do desemprego a que o SMN que eventualmente conduz, ao impedir de trabalhar quem esteja disponível para o fazer por menos (segundo a lei da oferta e da procura). Para a esquerda, não só o SMN não conduz a um maior desemprego, como ainda se reforça o papel social que o SNM tem, determinando um salário condigno para os trabalhadores que dele usufruem (embora não muito, digo eu).

Entre os argumentos de ambos os lados, retenho esta simples frase de Pedro Marques Lopes, que diz muito sobre esta discussão:

"A discussão sobre o salário mínimo nacional revela, de uma maneira clara, o fosso onde o país está metido e aquilo que (não) se tem feito para mudar o mosaico da nossa estrutura produtiva. Mal da economia em que os empresários se preocupam com um crescimento destes no salário mínimo e dos trabalhadores que cantam vitória por estas migalhas."

PS - quem argumenta contra o SMN apontando a curva de oferta e da procura e relacionando-a com o salário, é no mímino intelectualmente desonesto. Como aprendi em Economia Ambiental I, aquela curva de oferta e procura, assim tão perfeitinha, aplica-se somente a mercados em concorrência perfeita e sem assimetrias de informação, algo que não se aplica ao mercado de trabalho.

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