quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O Povo às vezes não é nada sereno...

Não bastando a triste cena em frente à TMN do Parque das Nações, a propósito da promoção de telemóveis a 6 euros que não deu em batatada porque a polícia interviu, eis que me deparo com esta descrição do Nuno Markl, no mínimo hilariante (embora tenha ficado um pouco na dúvida se devia rir ou chorar).

É impressionante este tipo de mentalidade de carneirada do estilo "estão a dar _______ (aqui introduzir lápis do IKEA/calendários/isqueiros/bacalhau/castanhas...)? Então bora! limpa tudo à frente, que eu ainda não enchi os bolsos!"

Desde já agradeço ao Carlos ter-me divulgado o link.



"A pedido de várias famílias (na verdade foi apenas de um dos leitores deste estaminé) eis a fotografia do Correio da Manhã onde pode ver-se, quase como numa fotonovela, o imparável ataque de hordas de indivíduos ao maior assador de castanhas do mundo que esteve no passado fim-de-semana no Terreiro do Paço (também lá vai estar não tarda muito a maior Árvore de Natal; a Praça do Comércio está rapidamente a tornar-se no repositório das maiores coisas do mundo e considero isso espectacular). Em quatro imagens assiste-se ao aparatoso derrube de um desgraçado de um pensionista que acabou por ser enfiado para debaixo do assador. Esta é a altura em que alguém dirá: "Não gozes, Markl, que isto apenas prova como é triste a pobreza e a fome"; eu respondo: já vi muita gente que de pobre não tem nada, a perder a cabeça com iniciativas destas. Está-nos na massa do sangue: se alguém está a DAR alguma coisa - não interessa o quê - nós TEMOS DE A TER. E se estiver um idoso no caminho, azar o dele. O homem perde os óculos, perde o boné, perde a dignidade - e o mais fabuloso é reparar na total e completa indiferença dos búfalos que o derrubam por um punhado de castanhas.

Mas também temos de ser sinceros numa coisa: se olharmos para a primeira fotografia, o indivíduo parecia já não estar a servir-se, assumindo em vez disso uma postura de quem está à janela, ou então está armado em controleiro da extracção do castanhame. Se calhar foi bem mandado para debaixo do assador, que é para não estar cá com coisas."

(Fonte: Há vida em Markl)

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