Dei um salto à Livraria Bulhosa, ali pelas bandas de Entrecampos, para assitir às "Conversas na Bulhosa", sob o tema "O 11 de Setembro de 2001 e as Relações Internacionais".
O orador principal foi o Dr. Bernardo Pires de Lima, e teve como convidado o General Loureiro dos Santos. O tema é complexo e dá pano para mangas, e infelizemente não pôde ser tratado como merece devido às naturais limitações de tempo, mas gostei de ouvir as diferentes visões dos dois oradores (um mais vocacionado para a questão política - e claramente um bocado mais à direita do que eu - outro para a questão militar), o que só acrescentou riqueza à discussão.
Fica também o registo do melhor momento da tarde, a cargo do orador principal durante o debate: respondendo a uma intervenção de um dos elementos da assistência acerca da paz mundial,, saiu-se com esta pérola: "A Paz mundial para mim, é wishful thinking" (...) por exemplo, podemos estar aqui a ter uma discussão civilizada e de repente isto descambar para uma cena de pancadaria". Olhar aflito do visado, e um sorriso na restante assitência...
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Fim de tarde na Bulhosa
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2 comentários:
Há já alguns anos li uma crónica da Inês Pedrosa, em que a autora tecia considerações sobre o conceito utópico de Paz Mundial. Algures retive esta ideia: "Ninguém fez tanto pela paz como Churchill, ao ter recusado o acordo proposto por Hitler, prolongando consequentemente a 2ª Guerra Mundial" (não sei se as palavras seriam estas textualmente, mas a ideia está cá)!! Não creio que todos os povos consigam conviver em alegre harmonia, para sempre!! Nem o ser humano enquanto indivíduo o consegue, quanto mais Nações com objectivos tão distintos e que frequentemente se sobrepõem!!
Caro Pedro,
Foi um enorme gosto tê-lo lá, apesar de não nos termos conhecido. Eu por vezes tenho umas tiradas mais sarcásticas como a que referiu. De qualquer forma a ideia é apenas esta: os estados comportam-se segundo a sua natureza, procuram poder, prestígio, influência e defendem necessariamente os seus interesses. Por vezes em colisão com outros; outras vezes em cooperação. Para mim é um pouco inglório buscar a "paz mundial", pela simples razão que isso é contra-natura na política internacional. Passando para a política interna, p. ex., os indivíduos comportam-se mais ou menos da mesma forma: a conflitualidade existe, podemos é tentar encontrar formas de a limitar, sem deixar de assegurar a prosperidade do maior número de pessoas.
O meu cepticismo é, de facto, uma característica de direita. Espero que não interprete este posicionamento como a maioria da sociedade portuguesa: como uma cruz que se carrega.
Os debates na bulhosa voltarão em Outubro com o tema das eleições americanas e o futuro das relações entre a europa e os EUA. Espero vê-lo por lá novamente.
Um abraço
Bernardo Pires de Lima
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