terça-feira, 1 de julho de 2008

Lembram-se?

Entrevista a Ricardo Reis 2007-08-29 00:05

Num mês não se falará nesta crise do crédito

A nova estrela da economia nacional, Ricardo Reis, de 27 anos, fala sobre o momento económico: “é uma crise de liquidez e não financeira”, explica o professor na universidade americana de Princeton.

Podem ver a entrevista completa aqui.

Gostava mesmo de saber qual a opinião actual de Ricardo Reis...

Adenda: Para minha surpresa acabei por ser informado pelo próprio Ricardo Reis que efectivamente o título da entrevista foi completamente retirado do contexto, algo que uma leitura atenta da mesma permitiria perceber. As minhas desculpas ao visado, pelo lapso.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Sr. Gomes,

Se me permite, o seu comentario e' despropositado. Seguindo o link que amavelmente disponibilizou, pode ver que a pergunta que me foi feita e a resposta que ofereci foram:
"Esta intervenção conseguirá evitar uma crise económica?
RR: Penso que sim, que se trata apenas de uma crise de liquidez, da qual daqui a um mês ninguém falara. No entanto, os mercados financeiros são hoje tão complexos e interligados que existe o risco de nos precipitarmos para uma crise financeira. Seria irresponsável ignorar esse risco, e os bancos centrais estão atentos."
Por sua vez, na mesma altura , num artigo de fundo sobre a crise para o DE (http://ricardoamrreis.blogspot.com/2007/12/explicando-crise-do-subprime.html), escrevi: "O verdadeiro perigo é que os bancos estejam em piores sarilhos do que descobrimos nos últimos dias despoletando uma crise financeira. […] Este é um mau cenário: as crises financeiras têm efeitos imprevisíveis e perigosos."
E por fim, ja' este Marco de 2008 no DE (http://ricardoamrreis.blogspot.com/2008/04/crise-financeira-de-2008_05.html) caracterizava a situacao actual como uma crise financeira muito grave.
A chamada que transcreveu no titulo da entrevista, dizendo que "Num mês não se falará nesta crise do crédito" esta' por isso completamente fora do contexto, e nao reflecte de forma alguma uma previsao absoluta que tenha feito nessa ou em qualquer outra altura. Ja quanto 'a frase "é uma crise de liquidez e não financeira" escrita em Agosto de 2007, desafio-o a encontrar um economista respeitavel que nao concorde com esta afirmacao acerca dos acontecimentos de Agosto de 2007.
Receio por isso que me parece apropriado que retire a caracterizacao dos meus comentarios como "previsoes 'a Zandinga". Suspeito que o fez porque nao teve oportunidade de ler aquilo que eu de facto afirmei e escrevi em tres artigos diferentes, e tenha sido induzido em erro pelo titulo da entrevista. Espero que esta minha breve mensagem o esclareca.

Atenciosamente,

Ricardo Reis

Anónimo disse...

Caro Ricardo reis, obrigado pelo amável esclarecimento, já editei o meu texto e coloquei a correcção respectiva.

De facto, duas das suas afirmações prmitem esclarecer rapidamente o lapso:

"O grande senão é se a actual crise de liquidez se transforma numa crise financeira. Aí, tudo é possível."

(...) "No entanto, os mercados financeiros são hoje tão complexos e interligados que existe o risco de nos precipitarmos para uma crise financeira. Seria irresponsável ignorar esse risco, e os bancos centrais estão atentos."


No entanto, mantenho a opinião de que ao afirmar que a crise (de liquidez) passaria num mês foi pouco prudente, e é minha convicção de que certamente hoje não faria tal afirmação. Obviamente que poderá sempre corrigir-me se eu estiver errado.

Não encontrarei certamente uma voz discordante da sua em Agosto de 2007, pois a esmagadora maioria dos autoridades económicas e monetárias não conseguiu prever na altura as consequências e a dimensão da crise que se instalou na economia mundial.

Mais grave ainda, praticamente todos os CEOs dos grandes bancos mundiais de investimento falharam, bem como a maioria da banca tradicional. E estes teriam a obrigação de perceber melhor da situação grave que se estava a criar, uma vez que chegaram ao absurdo de conceder crédito a quem efectivamente poucas condições tinha de o pagar (os já famosos NINJAS).

Na minha humilde opinião muitos destes responsáveis apenas olham para a realidade através de números, e os números o que mostraram até 2006 (nos EUA) e até 2008 (em Portugal) o incumprimento ao nível do crédito foi baixo. Claro, o que os números nunca mostraram foi que o incumprimento em muitos casos era baixo porque as pessoas andavam a pagar crédito com crédito ... a refinanciar sucessivamente.

Mas já há mais de um ano que vinham sendo publicados avisos sobre a conjuntura de crise que se avizinhava, num fórum nacional de nome Think Finance (http://www.thinkfn.com)

Com os meus melhores cumprimentos, e esperando que continue a ser visita assídua deste blog,

Pedro Gomes