As minhas desculpas aos leitores deste blogue pelo meu tom mais "cáustico", mas há coisas que me fazem confusão.
António Caria, advogado as famílias ciganas do Bairro da Fonte, diz que "mal do país quando as pessoas não podem estar onde querem nem ir para onde pretendem".
Será que li bem? "Não podem estar onde querem"? Eu por mim até gostava de estar numa vivenda V5 no Restelo, com vista para o Rio e não estou! Porquê, porque apesar de receber um salário acima da média nacional (se rateado para tempo completo, claro), uma vez descontadas as contribuições para a Segurança Social (que faço, outros não) e impostos (que pago, outros não) não possuo um rendimento que me permita adquirir a desejada vivenda - o que faço, vou acampar em frente à CML!
Incrível... valia a pena pensar duas vezes antes de falar, apesar de compreender a posição que assume enquanto advogado.
Em primeiro lugar, e segundo sei, a Câmara de Loures não impediu nenhuma das famílias de ir morar para outro lado. Em segundo lugar, também são livres de comprar/arrendar casa onde bem entenderem - há várias à venda em Alfama, onde moro num pequeno T1, ninguém os impediu. Em terceiro lugar, porque razão é que a Câmara de Loures lhes há-de facultar novas casas quando eles aceitaram mudar na altura para o Bairro da Fonte (confesso que desconheço como foi conduzido o processo)?
O que sei é que a maioria dos Munícipes de Loures não iria perdoar aos seus autarcas uma posição que não o "finca-pé" neste caso, e louvo-os desde já pela coragem demonstrada em assunto tão sensível.
Enfim, vamos ver como a história acaba, até pode ser que no meio disto tudo eu até acabe por receber a tal V5 no Restelo.
Adenda: sobre este tema vale a pena ler a crónica do jornalista Mário Crespo no JN, que já me vai habituando a visões bem mais realistas das coisas.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
A minha alegre casinha
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