sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Leitura de Cabeceira (XIII)

O Médio Oriente é, desde há décadas, palco de guerras sangrentas, numa espiral de violência que parece não ter fim. Nesta obra, Robert Fisk retrata-nos os diversos conflitos, a sua génese e os seus intervenientes, em descrições por vezes de um realismo atroz - a crueza dos combates, a luta sem quartel, o cinismo das decisões.
Note-se que, neste caso, Médio Oriente deve ser entendido em sentido lato, pois os relatos do autor vão desde a invasão soviética do Afeganistão em 1980, até à(s) guerra(s) da Argélia. Por outro lado, o fio da História que percorre a obra permitirá ao leitor perceber as causas dos conflitos que grassam na região, seja na Palestina ou no Iraque: e Fisk mostra-nos que não se aprendeu com os erros do passado.
A Grande Guerra pela Civilização é, pois, uma obra compósita, misto de crónica, relato de correspondente de guerra, evocação memorialista, de alguém que vive e noticia sobre a região há mais de 30 anos.


Apesar do volume ser bastante "Bíblico" (quase 1400 páginas), é uma leitura até agora muito interessante, e obrigatória para quem se interesse por Geopolítica Internacional, sobretudo pelo "Choque de Civilizações" cujo expoente máximo é o conflito Israelo-Palestiniano. Recomendo como complemento de leitura algo que ajude a compreender melhor o que é o Islão (fazendo minhas as palavras do Cardeal Patriarca), mesmo que isso implique "um monte de sarilhos". Algo como este livrinho aqui.

PS - Quem domine o inglês tem a opção de fazer como eu e comprar este livro via Amazon UK, cuja versão paperback fica por menos de 15€ já com portes. Comparado com os 40€ da edição Portuguesa... Dá para comprar mais dois livros extra.

Infelizmente os Portugueses no seu geral não gostam de ler, gostam é de exibir lombadas bonitas nas suas estantes e prateleiras. Só assim se explica a opção editorial Portuguesa de "abolir" os livros de bolso de capa mole, e em vez disso editar grandes calhamaços com capa dupla, papel de qualidade especial e um desperdício óbvio tendo em conta o espaço útil de uma página que fica por ocupar. Depois admirem-se que os livros são tão caros...

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