terça-feira, 16 de outubro de 2007

Ainda a caldeirada mais recente no BCP...

A relação entre um banco e os seus clientes deve basear-se num conceito fundamental: confiança entre as partes. Assumimos que ambas irão honrar os seus compromissoes, quer seja o pagamento de prestações do crédito habitação, quer a remuneração dos depósitos e outras aplicações de clientes, etc...

A quebra dessa relação de confiança (bem visível no recente caso da Northern Rock, com filas de clientes à porta para resgatar fundos) leva a um dano irreparável na imagem da instituição. Quem efectivamente manda no BCP, sendo o maior banco privado portugês, deveria ter sempre como preocupação primordial não quebrar essa relação de confiança. Aparentemente, essa preocupação não tem sido prioritária, ou pelo menos não lhes passou pela cabeça este caso ser denunciado.

Enfim, é caso para dizer, literalmente, que neste caso "há filhos e enteados". Felizmente existe concorrência em Portugal e os clientes podem sempre mudar para outros bancos. Eu, se o fosse, já teria feito o mesmo. Então se tivesse comprado acções do BCP a 5€ com recurso a crédito... nem pensava em pagar!


Adenda:

Afinal a coisa jaá vem de trás...

"40 milhões a um fundador...
A administração do BCP perdoou cerca de 90 por cento de uma dívida de 40 milhões de euros à José Jorge Valério, uma empresa do ramo da cortiça pertencente ao empresário com o mesmo nome e que foi um fundadores do BCP. A administração do banco, ainda liderada por Jardim Gonçalves, foi questionada sobre este perdão por três accionistas, na assembleia geral de 2005, tendo alegado naquela altura não ter "elementos suficientes" para esclarecer as circunstâncias em que foi feito. Para além do perdão de cerca de 90 por cento dos 40 milhões de euros, que já incluía juros, o banco desistiu das acções judiciais que havia movido contra a empresa. Os três accionistas questionaram ainda a forma como foram cedidos sem garantias o crédito dos restantes 10 por cento da dívida a uma empresa ligada a familiares do empresário que ajudou a fundar o BCP. Desconhece-se se este montante foi pago. O PÚBLICO questionou o BCP sobre as circunstâncias da decisão de perdão, bem como os responsáveis envolvidos, mas a instituição não esteve disponível para prestar qualquer esclarecimento. R.S.

... 12 milhões ao filho de Jardim Gonçalves...
A instituição então liderada por jardim Gonçalves também terá entendido dar como "incobrável" as dívidas contraídas pelas empresas de Filipe Vasconcelos Jardim Gonçalves, filho do actual presidente do conselho de supervisão do BCP, no valor de mais de 12 milhões. Os créditos em causa foram contraídos antes de 2002, altura em que a legislação bancária foi alterada, segundo o BCP, e os bancos ficaram proibidos de financiar familiares directos dos membros dos órgãos sociais. O BCP solicitou de imediato a liquidação dos financiamentos, mas dois anos depois acabou por considerar os créditos como incobráveis. Todavia, de acordo com o Banco de Portugal, a legislação em vigor em 1993 já o impedia. L.P.

... e 15 milhões a um accionista qualificado
Durante o aumento de capital de 2000 e 2001 foram muitos os pequenos accionistas que se endividaram para comprar títulos do banco. O mesmo ter alegadamente feito José Goes Ferreira, actual membro do conselho superior do BCP, e que possui no presente, através da SFGP-Investimentos e Participações, mais de dois por cento do banco. Agora, pergunta-se se lhe foram perdoados cerca de 15 milhões de euros em juros desses empréstimos. L.P."

(citado de www.thinkfn.com)

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