Enquanto passava na Avenida da Republica um destes dias reparei no enorme número de balcões de bancos que se via. Note-se que a densidade é da ordem de 5-6 balcões para os bancos maiores nessa avenida (exclusivamente), e que em certos quarteirões todos os espaços comerciais estavam por estes ocupados. Ao comentar esse facto com o Pedro (sim o Pedro Gomes deste blog) que ia comigo no carro colocaram-se duas hipóteses:
1- Existe procura suficiente para justificar que o mesmo banco abra 3 balcões no espaço de 500 m de avenida.
2- Apenas os bancos conseguem pagar as rendas absurdas que se pede pelo aluguer dos espaços comerciais dos quais são proprietários (por uma ou outra razão) e portanto têm de os rentabilizar.
Um breve debate inviabilizou a primeira hipótese, visto não existir de modo algum procura suficiente que justifique semelhante situação. Ficando apenas uma hipótese essa parece ser a viável e plausível.
No entanto levanta-se outra questão, que surge no seguimento da negação da primeira hipótese. Como é que os bancos conseguem manter tantos balcões abertos visto que o volume de negócios que têm não aparenta justificar os gastos? Não consigo perceber, para ser totalmente honesto. Sei que é má gestão de recursos e acho que qualquer pessoa a quem perguntasse também concordaria comigo.
Mas esse problema é dos bancos, e leva-me a outro problema bem mais grave: a paisagem das nossas ruas em Lisboa (e provavelmente noutros pontos do pais observa-se o mesmo).
De facto se descerem a vossa rua irão reparar que a maior parte dos espaços comerciais estão ocupados por um dos seguintes negócios:
- Banca
- Stands Auto
- Imobiliárias
- Lojas de Roupa
- Lojas dos Chineses
- Alguns Cafés (a maior parte com ar de tasca)
E isso significa duas coisas:
1- O tipo de comércio que os portugueses procuram (lojas de produtos culturais nem vê-las em muitos sítios).
2- Que é complicado, para não dizer impossível, abrir e manter outros tipos de loja seja devido aos hábitos dos portugueses ao nível de hobbies seja devido aos valores absurdos que se pede pelos espaços.
De facto, assim não vamos lá.
Sem comentários:
Enviar um comentário